Capítulo XIX Dos Rituais Dramáticos
Magick em Teoria e Prática
A Roda gira para aqueles métodos eficientes de invocação empregados nos antigos Mistérios, e por certos corpos secretos de iniciados ainda hoje em dia. O objetivos deles é, quase invariavelmente 1), a invocação de um Deus; esse Deus sendo concebido de uma maneira mais ou menos material ou pessoal. Estes Rituais estão, pois, bem adaptados para pessoas capazes de compreender o espírito da Magia, se não a letra. Uma das suas grandes vantagens é que numerosas pessoas podem participar, e em consequência a mais força disponível; mas é importante que eles sejam todos iniciados nos mesmo mistérios, obrigados pelos mesmos juramentos, e cheios das mesmas aspirações. Eles deveriam se reunir exclusivamente para este único propósito.
Tal companhia estando preparada, a história do Deus deve ser dramatizada por um poeta competente, acostumado a esta forma de composição. Discursos e invocações longas devem ser evitados; mas a ação dramática deve ser bastante movimentada. Tais cerimônias devem ser cuidadosamente ensaiadas; mas nos ensaios deve-se tomar o cuidado de omitir o clímax, que deve ser estudado a parte pelo personagem principal. Desta forma evitamos que a cerimônia se torne mecânica ou tediosa, e o elemento de surpresa auxilia os personagens secundários a se esquecerem de si mesmos no supremo momento. Após o clímax, deveria sempre haver uma cerimônia não ensaiada, um impromptu. A forma mais satisfatória disto é a dança. Em tais cerimônias, libações apropriadas podem ser livremente usadas.
O Rito de Luna (Equinox I, 6) é um bom exemplo deste uso. Aqui o clímax é a música da deusa, os assistentes permanecendo em silente êxtase.
No Rito de Júpiter, o impromptu é a dança; no de Saturno, longos períodos de silêncio.
Será notado que nestes Ritos poesia e música foram amplamente utilizados – em sua maior parte, peças publicadas, e por poetas e compositores bem sucedidos. Seria melhor 2) escrever e compor especialmente para a cerimônia. 3)
Na questão da teologia, eu duvido se Dom Glorenflot pode com sucesso evitar comer carne na Semana Santa ao batizar o frango de carpa. [N.T.: Isto é uma alusão ao hilariante episódio de “Os Quarenta e Cinco”, de Alexandre Dumas.] Pois desde que o sacramento – por sua intenção, a despeito dos defeitos de forma – não poderia falhar em sua eficácia, o frango deve ter se tornado um cristão, e consequentemente em ser humano. Carpa era apenas, pois o seu nome de batismo – veja-se Policarpo – e Dom Glorenflot comeu carne humana na Semana Santa, de maneira que, se bem que mais tarde ele foi nomeado bispo, ele está condenado ao inferno por toda a eternidade.
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